quinta-feira, 24 de maio de 2007

Conversas I


Deu mais um trago em seu vinho do porto, e quando uma gota ameaçou correr de seus lábios, tocou-os com a ponta de sua língua, sorvendo a intrépida porção de sua bebida.
Virou-se então para mim, que continuava a tartamudear e interrompeu-me dizendo: “Não me venha com essa... A quem você pensa que engana? Você foi até lá por um só motivo e quando a coisa toda se danou, você fez o de sempre. Você é patético! É isso o que você é: Um grande tolo, patético e medroso!
E então soltou sua característica gargalhada que lembrava de fato o som produzido por um abutre.
E eu...eu nada fiz pois o que ele acabara de dizer, me machucava apenas por ser verdade.
Se havia alguém que me conhecia, era ele: Meu maldito anjo da guarda.

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